Propostas do PCP defendem trabalhadores e reformados

Corrigir injustiças<br>Repor direitos

O PCP propôs a suspensão da avaliação dos trabalhadores da administração pública (SIADAP 3), criada pelo PS na legislatura passada, considerando tratar-se de um sistema pouco transparente, injusto e arbitrário.

Avaliação tem servido para travar progressão nas carreiras

Em sua substituição a bancada comunista defende em projecto de lei um regime transitório equivalente ao existente para os dirigentes da administração pública, que prevê a progressão para o índice remuneratório seguinte ao fim de cada período de três anos. Isto até que seja encontrado um sistema melhor, ou seja, um sistema que seja encarado não como «instrumento de repressão» mas sim como um efectivo «instrumento de melhoria dos serviços públicos, numa avaliação integrada de serviços, dirigentes e trabalhadores», sem quaisquer expedientes dirigidos para impedir a progressão nas carreiras.
O que não tem acontecido, com efeito, desde a primeira versão do SIADAP, responsável pela introdução de arbitrariedades, mal-estar e um ambiente de suspeição entre trabalhadores.
Apresentado como um sistema de avaliação dos serviços e dos dirigentes da função pública, a verdade é que a avaliação só foi aplicada aos trabalhadores por razões estritamente economicistas que têm a ver com o objectivo de limitar as possibilidades de progressão na carreira.
Encerrar serviços, dar suporte ao envio de trabalhadores para a mobilidade especial e facilitar os despedimentos são outros objectivos que presidiram à elaboração deste sistema, segundo a bancada do PCP, que lembra a propósito que a política do PS desde o anterior governo levou já à destruição de 58 373 postos de trabalho na administração pública.

Pela reforma sem penalização

O PCP entregou ainda no Parlamento um outro projecto de lei que repõe direitos retirados na aposentação e protege as carreiras contributivas longas, garantindo o direito a uma aposentação sem penalização ao fim de 40 anos de descontos e ao fim de 36 anos desde que o trabalhador tenha 60 anos de idade.
Trata-se, em síntese, de corrigir o regime de aposentação dos trabalhadores da administração pública igualmente aprovado pelo PS na anterior legislatura e que constituiu um dos mais brutais ataques aos direitos daqueles trabalhadores.
Depois de vários retrocessos a partir da década de 90, os trabalhadores da administração pública e aqueles que passam à condição de aposentado sofreram com o anterior governo PS um dos mais rudes golpes nos seus direitos ao serem obrigados a «trabalhar mais anos para receber menos na aposentação». Com efeito, a idade de reforma passou dos 60 para os 65 anos e, agora, são forçados a trabalhar para além dos 65 anos de idade para ter acesso à reforma completa.
Garantir o direito à reforma sem penalização, eis, pois, o ponto substantivo desta iniciativa legislativa do PCP, que tem por base um pedido accionado na legislatura passada de fiscalização sucessiva da constitucionalidade do estatuto de aposentação - também da sua autoria – e que na altura recolheu assinaturas de deputados de outras bancadas.

Não à mobilidade especial

Deste pacote de iniciativas legislativas entregue pelo Grupo Parlamentar do PCP consta ainda um outro projecto de lei que institui uma verdadeira mobilidade entre os serviços da administração pública e revoga a mobilidade especial. Ao contrário do objectivo visado pelo Executivo – que é despedir trabalhadores e não fazer um aproveitamento racional dos recursos humanos –, o PCP, além de pôr termo ao injusto regime da mobilidade especial, pretende criar «um mecanismo verdadeiramente eficaz e ágil de gestão de pessoal para a colocação e afectação dos funcionários integrados em serviços que sejam objecto de extinção, fusão ou reestruturação, em outros serviços que estão carenciados de pessoal».
Destaque, por último, para o projecto de lei que pretende garantir o vínculo público de nomeação e «combater a precariedade» na administração pública, pondo fim aos recibos verdes e a outras formas de contratação precárias.


Mais artigos de: Assembleia da República

Impedir roubo às já magras pensões

O PCP apresentou um projecto de lei que revoga o chamado «factor de sustentabilidade» da Segurança Social. Trata-se de pôr cobro a uma medida que foi adoptada com o único objectivo de reduzir progressivamente as pensões, o que é inaceitável do ponto de vista social.O que se passa é que o factor de sustentabilidade,...

Falhar previsões e ocultar a verdade

O orçamento rectificativo apresentado pelo Governo foi aprovado na generalidade pela Assembleia da República, com os votos favoráveis apenas do PS.

PS recusa afectar verbas ao desemprego

Inviabilizada na especialidade pelo PS, no quadro das alterações ao Orçamento para 2009, foi a proposta do PCP destinada a transferir mais 60 milhões de euros para a Segurança Social. Identificados com a proposta, votando em consonância, estiveram «Os Verdes» e bloquistas, enquanto PSD e CDS/PP optaram pela abstenção.Na...

Sem rigor nem transparência

O orçamento rectificativo, para o PCP, é elucidativo da «falta de transparência e rigor» que tem caracterizado o Governo. É que, como foi lembrado, o Governo mudou quatro vezes a previsão do défice, outras tantas o valor do PIB, bem como as receitas fiscais e todas e cada uma das componentes das previsões macroeconómicas...

Por soluções justas e adequadas

Baixou por um prazo de 20 dias à comissão de Orçamento e Finanças, sem votação, por acordo de todos os grupos parlamentares, a proposta de lei de revisão da Lei de Finanças Regionais apresentada pela Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira A legislação actual, segundo o executivo madeirense, levará a região...

Código Florestal suspenso

Foi aprovada por unanimidade em plenário a iniciativa legislativa da comissão parlamentar de Agricultura que propõe a suspensão da entrada em vigor do Código Florestal. Legislação que foi alvo da crítica do PCP, que discordou da metodologia que presidiu à sua elaboração e aprovação, tal como do conteúdo que classificou...

Não à ocupação

O PCP questionou o Governo sobre o que pensa da actual situação do povo sarauí e da ocupação do seu território – o Sahara Ocidental – por Marrocos.«Qual a posição do Governo sobre o acordo de pesca celebrado entre a União Europeia e Marrocos e a respectiva contrapartida para o desenvolvimento das populações costeiras de...

Solidariedade com Aminetu Haidar

O eurodeputado comunista João Ferreira deslocou-se no passado dia 10 a Lanzarote, integrado numa delegação do seu Grupo, o GUE/NGL, para prestar solidariedade à activista sarauí Aminetou Haidar, em greve de fome desde 15 de Novembro.Esta lutadora pelos direitos humanos e pelo direito à autodeterminação do seu povo,...